Alunos acompanham a fala na UFTM
Renato, Mara e grupo de professores do Curso
Em
março de 2015, no início do ano letivo, fui convidado a fazer uma palestra aos alunos do Curso de Geografia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro
(UFTM). A fala, que os organizadores chamaram de “Aula inaugural”, fez parte da
recepção aos alunos ingressantes de 2015.
É
sempre um prazer e uma honra poder participar dos eventos e atividades do Curso
de Geografia da UFTM. Sinto-me na obrigação de prestar minha colaboração sempre
que sou chamado. O que se espera de um bom curso de Geografia é que valorize, além dos aspectos globais e contextuais, as
questões locais e as pessoas que, de uma forma ou de outra, participaram, e
participam ainda, da construção do pensamento geográfico na cidade e na região.
Que seja um curso que se debruce, num sentido científico, acadêmico, sobre a sociedade local e seus interlocutores, que
faça reflexões sobre o conhecimento histórico e geográfico que foi elaborado ao
longo do tempo. Assim pautei minha fala.
A
partir da solicitação dos organizadores, resolvi discorrer sobre o que
intitulei “Os mitos da Geografia de Uberaba”. Na verdade, meu intuito foi fazer
uma provocação, no bom sentido, para estimular os alunos a formarem um “olhar
de geógrafos”, tão necessário na vida profissional deles quando concluírem o
curso.
Tendo
feito uma breve conceituação de mito, num sentido filosófico, enumerei dez
“mitos” da geografia de Uberaba e falei um pouquinho sobre cada um deles. O
caráter informal da fala permitiu uma conversa leve e pontuada de ironias.
Falei sobre temas como a questão da origem do nome da cidade, das enchentes, da
visão que a elite local construiu sobre si, sobre o zebu, sobre a cidade das
“sete colinas”, dentre outros temas.
Também
destaquei alguns livros importantes sobre a cidade e a região (ver relação
parcial abaixo).
O
Curso de Geografia da UFTM já formou algumas turmas, muitos egressos estão
atuando como professores na cidade e na região, outros já foram para a
pós-graduação e o mestrado. As atividades desenvolvidas por alguns professores já
possibilitaram uma boa produção escrita sobre ensino de geografia e sobre a
própria cidade. A minha expectativa é que o Curso se consolide como um
importante núcleo de pensamento crítico e que possa nos trazer sempre reflexões
relevantes sobre a sociedade e as questões geográficas locais, regionais e
globais. Confiram abaixo fotografias das capas de alguns livros sobre a história de Uberaba mencionados durante a minha fala:
"História de Uberaba e a civilização no Brasil Central", de Hildebrando Pontes, um dos mais importantes intelectuais de Uberaba na primeira metade do Século XX. Edição da Academia de Letras do Triângulo Mineiro (1970).
"Desemboque: documentário histórico e cultural, organizado por Jorge Nabut. Publicado pela Fundação Cultural de Uberaba (1986).
"Personalidades uberabenses" (2015), de Guido Bilharinho, um dos maiores estudiosos da história local.
"Uberaba: uma trajetória sócio-econômica (1811 - 1910)", de Eliane Mendonça Marquez de Rezende. Edição do Arquivo Público de Uberaba (1983). Uma das mais importantes pesquisas já feita sobre a história de Uberaba.
"Terra madrasta: um povo infeliz", de Orlando Ferreira. Typographia do Brasil Central (1926). Um dos mais polêmicos livros já escritos sobre a história e a sociedade uberabenses.
Revista Convergência, da Academia de Letras do Triângulo Mineiro (ALTM). Revista que, ao longo do tempo, desde 1971, publicou, além de ficção, inúmeros artigos sobre história local e regional.
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